Amor a Deus e ao Próximo (Serie: Reflexões Teológicas) — Versão Extendida

Marcio Vinicius Santos Neves
7 min readJun 11, 2021

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Fonte: https://images.app.goo.gl/ZnhbDhDfbnfdGq9XA

Introdução

Antes de falar acerca do Assistencialismo (Obra Social) é de fundamental importância compreender alguns aspectos ao lidar com pessoas em situação de rua, enfermos, pessoas com fome, e que padecem das mais diversas dificuldades entre eles, o amor a Deus e o amor ao próximo, o perdão, fruto do espírito para que enfim entendamos a relação entre o nosso SENHOR Jesus Cristo e a Justiça Social.

Entendermos, o conceito de amor, como o amor é entendido do ponto de vista bíblico, como esta palavra, tem mais de uma aplicação no grego koiné (comum), o amor a Deus como a base que sustenta todo o alicerce quando se trata de obra social e o amor ao próximo, pois a Palavra já nos diz, que se não amo o meu irmão a quem vejo, como posso amar a Deus a quem não vejo ? (1 João 4:20), todos estes aspectos são de fundamental importância, neste quebra-cabeça, chamado Obra Social.

1. Conceito

“Mestre, qual é o maior mandamento da Lei? “Respondeu Jesus: “ ‘Ame o Senhor, o seu Deus de todo o seu coração, de toda a sua alma e de todo o seu entendimento’. Este é o primeiro e maior mandamento. E o segundo é semelhante a ele: ‘Ame o seu próximo como a si mesmo’. Destes dois mandamentos dependem toda a Lei e os Profetas”. Mateus 22:36–40

Conceituemos o que seja amor e as suas variações, conforme as Sagradas Escrituras e a literatura em geral.

De acordo com o dicionário Dicio[1], amor é sentimento afetivo em relação a; afeição viva por alguém ou por alguma coisa; afeto: o amor a Deus, ao próximo. Pode ser também um sentimento de afeto que faz com que uma pessoa queira estar com outra, protegendo, cuidando e conservando sua companhia, entre outros. E no aspecto religioso é o sentimento de devoção direcionado a alguém ou ente abstrato; devoção, adoração: amor aos preceitos da Igreja (Etm. do latim: amor.oris).

Já de acordo com as Sagradas Escrituras, podemos conceituar o amor da seguinte forma 1 João 4:8 (NVI) “ Quem não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor”, percebe-se, portanto, que o amor é uma característica essencial de Deus, um amor incondicional que nos foi provado na Cruz do Calvário (João 3:16; Romanos 5: 6–11).

1.1. Espécies de amor

O amor conforme nos é ensinado nas Sagradas Escrituras, especificamente no Novo Testamento, utiliza-se quatro palavras para descrevê-lo: Ágape, Eros, Phileo e Storge.

1.1.1. Amor Eros

Termo grego para o amor sensual. Dai a palavra “erótico”. Esse é o amor físico, da carícia, da relação sexual. Tal amor é também conhecido como paixão, no entanto, é passageiro. É usada para designar o amor romântico, entre um homem e uma mulher, por exemplo.

1.1.2. Amor Phileo

O amor phileo é o amor-amizade, fraternal, social. Desse vocábulo grego (“phileo”), temos algumas palavras derivadas, como Filadélfia (“phileo”, amor-amizade, e “adelfos”, irmãos) que significa “amor entre irmãos” ou “amizade fraternal”, Teófilo (“Theos”, Deus e “Phileo/Fileo, amizade ou amigo), que quer dizer “amigo de Deus”, Filantropia (“Phileo/Fileo, amizade e “anthropos”, homem) significa “amor humano”.

É usada para descrever aquele amor que tem como principal característica o companheirismo, a amizade, a bondade para com o próximo. Em suma, se você possui boas amizades, logo o que está em evidência é o amor “Phileo/Fileo”.

1.1.3. Amor Storge

É o amor conjugal, familiar, doméstico. Longe de ser interesseiro, esse amor é humilde, objetivo e sacrificial. É o amor que une o marido à sua mulher bem como os pais aos filhos. Logo, em um lar onde reina a harmonia, está em ação o amor “storge”.

1.1.4. Amor Ágape

O amor ágape, é o perfeito e incondicional amor de Deus.

Dos quatro, este é o amor maior, pois tem origem no próprio Deus que é a revelação clara desse amor (João 3:16; 1 João 4:8–18; 1 Coríntios 13:1–13; Efésios 5:25).

Esse amor é incondicional, ou seja, não espera nada em troca. Não preciso esperar que alguém me ame para amá-lo. Aliás, com esse amor é possível amarmos até os nossos inimigos (Mt 5:44). Ele também é infalível e eterno, como se pode ver em 1 Coríntios 13.

É bom salientarmos que, todos os seres humanos possuem, por natureza, os três tipos de amor, já mencionados (“eros”, “phileo/fileo” e “storge”), entretanto, o amor “ágape” só se adquire quando se nasce de novo, ou seja, ele passa a operar na vida do homem quanto este se torna templo do Espírito Santo (Gl 5:16–22).

Com o amor “ágape” devemos amar a Deus e ao próximo (Mt 22:36–40; Mc 12:30–31). Na Bíblia, o termo “ágape” ocorre com mais frequência que os outros, o que evidencia a importância desse amor.

A expressão sublime do amor ágape, se encontra em 1 Coríntios 13:4–7, onde segundo Valdenira Nunes de Menezes Silva[2], Deus nos mostra ao menos 15 características do amor que eu e você devemos expressar em nossas vidas:

1. A Bíblia nos diz primeiramente que o amor é SOFREDOR.

2. Em seguida, aprendemos que o amor é BENIGNO.

3. A Bíblia nos ensina também que o amor NÃO É INVEJOSO.

4. O amor NÃO TRATA COM LEVIANDADE.

5. A Bíblia continua dizendo que o amor NÃO SE ENSOBERBECE.

6. O amor NÃO SE PORTA COM INDECÊNCIA.

7. Na Palavra de Deus vemos também que o amor NÃO BUSCA OS SEUS INTERESSES.

8. Aprendemos ainda que o amor NÃO SE IRRITA.

9. O amor NÃO SUSPEITA MAL.

10. A Bíblia nos diz que o amor NÃO FOLGA COM A INJUSTIÇA.

11. O amor FOLGA COM A VERDADE.

12. Deus nos ensina que o amor TUDO SOFRE.

13. O amor TUDO CRÊ.

14. O amor TUDO ESPERA.

15. O amor TUDO SUPORTA.

1.2. Amor a Deus

“Mestre, qual é o maior mandamento da Lei? “ Respondeu Jesus: “‘ Ame o Senhor, o seu Deus de todo o seu coração, de toda a sua alma e de todo o seu entendimento’. Este é o primeiro e maior mandamento (Mateus 22:36–38 NVI-PT).

O amor a Deus, colocado com o primeiro e o maior mandamento, pelo nosso SENHOR Jesus Cristo, significando que ELE deve ser o primeiro em todos os aspectos de nossas vidas, afetando a nossa forma de vivermos em sociedade e nos relacionamentos com as outras pessoas. Amar a Deus é uma escolha, amá-lo com tudo que somos e com tudo que temos.

Amar a Deus com todo nosso coração, significa que NELE podemos confiar, aprendendo a desejar o que Deus deseja (Salmos 40:8), onde na alegria, podemos agradecer, na tristeza, buscar consolo, na ansiedade, confiança NELE.

Amar a Deus com toda a nossa alma, neste sentido, é colocar a opinião de Deus sobre nós como mais importante do que a opinião de qualquer outra pessoa, onde demonstramos o nosso amor a ELE, conforme a identidade que ELE nos concedeu, de uma forma única.

Amar a Deus com todo nosso entendimento, é pensarmos em como podemos fazer a vontade de Deus com o nosso conhecimento e sabedoria (1 Coríntios 13:2), amor que nos leva a querer conhecer mais sobre Deus e sobre a sua Palavra, a Bíblia.

É importante ressaltar que só conseguimos amar a Deus, por causa de Jesus. Quando nos tornamos novas criaturas, o Espírito Santo, nos ensina amar a Deus acima de todas as coisas e vivermos completamente para ELE.

1.3. Amor ao Próximo

E o segundo é semelhante a ele: ‘Ame o seu próximo como a si mesmo’ (Mateus 22:39 NVI-PT).

Jesus Cristo, nos orienta em João 15:12, que devemos amar uns aos outros como ele nos amou. E em Efésios 5:2 e Mateus 22:39, temos o amor ao próximo como um mandamento obrigatório. Isso nos deixa claro que todo o bem que desejamos para nós, devemos desejar para o nosso próximo.

Neste sentido, é importante, falarmos sobre a empatia, que é a capacidade de nos colocarmos no lugar do outro, tentando entende-lo. Portanto, amar ao próximo é repartir o pão, estender as mãos aos que estão cansados, servir ao invés de ser servido, é perdoar as feridas em nossos corações, mesmo sem ouvir um pedido de perdão. É um amor sem reservas, sacrificial (João 3:16), traduzido em ação, mas do que em belas palavras. A junção de palavras mais ação, são a evidência de nosso amor ao próximo, não buscando retribuição, mas simplesmente servir (Lucas 6:35).

Amar ao próximo é entender que todos temos valor (Gn 1:27), que ninguém é perfeito (Rm 3:23–24), que todo pecado é ruim e que todos merecemos o castigo de Deus (Rm 6:23), e entender que Cristo morreu por todos nós (João 3:16–17), para nos livrar do castigo de Deus (Rm 5). Aqui identificamos que não há ninguém superior a ninguém, que nenhum ser humano é menos digno do amor de Deus. E que se Deus é perfeito, ama seu próximo, como podemos não amar ? Quem ama a Deus, que ame o seu próximo (1 João 4:19–21).

Conclusão

“O amor verdadeiro é mais do que uma sensação, um sentimento, uma missão, ou até mesmo uma doutrina. Amor verdadeiro é um desejo genuíno pelo bem estar de outra pessoa. O amor verdadeiro glorifica a Deus e é o propósito da vida e da existência da Igreja. A adoração e as missões são consequências desse amor” (Thistebend Ministries — O que é o amor verdadeiro ?).

Neste mesmo sentido, podemos perceber que Deus nos concedeu a capacidade de conhecermos, desfrutar, viver e dar o amor verdadeiro, pois o próprio Deus é amor, por isso, ELE não é apenas o nosso referencial e padrão de amor, como também é a nossa fonte.

O amor verdadeiro vem de Deus e retorna para ELE, por meio da Igreja, o amor verdadeiro é o amor divino, supremo, o amor ágape, o sublime e supremo amor de Deus, é desta forma que conseguimos amar a Deus e ao nosso próximo, como sabiamente disse o Dc. Gladson, “o nosso próximo é o nosso elo de ligação a Deus”, pois “Se alguém afirmar: “Eu amo a Deus”, mas odiar seu irmão, é mentiroso, pois quem não ama seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê.1 João 4:20 NVI-PT”

[1] https://www.dicio.com.br/amor/

[2] O amor que devemos aprender, 1 Cor 13- com adaptações

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Marcio Vinicius Santos Neves
Marcio Vinicius Santos Neves

Written by Marcio Vinicius Santos Neves

Sou Servo do Rei, Casado com Adriana, Pai de Anna Valentina, Pós Graduado em Docência do Ensino Superior (UNIFACS) e Direito Educacional (FAVENI).

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